quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Shoegaze autêntico feito em Curitiba nos anos 90.

UV Ray é uma banda de Curitiba, PR. A banda foi ativa nos anos 90 e lembrava bastante o Ride dos primeiros discos. Infelizmente nunca gravaram nenhum CD ou LP, apenas participaram de duas obscuras compilações lançadas em CD na época, a "Don't Be Afraid My Son" (lançada em 96) e a "Guitar" (lançada em 98), com duas faixas em cada.



















Há 6 anos eles postaram "Online Album" no Soundcloud com faixas que percorrem o período de 1994 a 2004. São ao todo 15 faixas. A banda assume as influências: Ride, The Stone Roses, My Bloody Valentine, Jesus and Mary Chain, Mudhoney, Sonic Youth, Nirvana, Second Come e Dinosaur Jr.





Chamou minha atenção o fato de terem deixado de fora as duas faixas presentes na compilação "Don't Be Afraid My Son". Intituladas "My Grandmother Earth" e "No Words And No Feeling", elas são excelentes guitar pop. Por isso resolvi por conta própria fazer upload de ambas no Soundcloud.




As faixas dos anos 90 são ótimas, já as de 2004 não são tão legais na minha opinião. Se alguém tiver mais informações sobre essa banda, como por exemplo, quais as fitas demo que eles lançaram? Eu não conheço. Se alguém souber, por favor entre em contato.





Em 2001, o indie era o novo pop.

London Burning era o nome de uma festa produzida por Luciano Viana na casa noturna Bunker, no Rio de Janeiro. Em 2001 ele compilou 15 bandas que tocavam indie rock e cantavam em português e distribuiu um CDr com a capa e contra-capa abaixo, que resgatei da minha coleção. Caso alguém se interesse, posso colocar as faixas na minha conta do Soundcloud para quem quiser ouvir.





























terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Galeto assado na brasa no centro de São Paulo.

Uma das minhas bíblias gastronômicas é o "Guia da Culinária Ogra" de André Barcinski. Ele comenta 195 lugares para comer até cair em São Paulo. Foi através do guia que descobri o Galeto Lousã, uma galeteria típica carioca (com direito a balcão em L) no centro de São Paulo, bem perto da Locomotiva Discos. Costumo almoçar frequentemente no local.






































O local fica dentro de uma galeria e é bem simples. O diferencial é que eles tem uma churrasqueira, o que deixa o frango com um gosto defumado delicioso. Não servem somente frangos, mas carnes, linguiças e peixes também. Tudo feito na churrasqueira, tudo muito gostoso, o sabor defumado bastante presente.






































Essa foto é do Paulão, que costumava fazer o programa Garagem com o Barcinski. Ele também é muito fã do local. Veja a foto: galeto com pele crocante, sem ser muito seco, defumado na churrasqueira e bem temperado. Caso venha visitar a Locomotiva Discos, não deixe de almoçar no Galeto Lousã. Abre aos sábados. O local fica na Rua Barão de Itapetininga, 163, Galeria Lousã, loja. 21, República, São Paulo, SP.







The Go-Betweens em artigo inédito de 1997.

Fuçando em papeis antigos, achei esse artigo do Go-Betweens que escrevi para o Fanzine Esquizofrenia e nunca foi publicado. Eu falo das primeiras reedições em CD que foram lançadas "no ano passado", então escrevi o artigo em 1997 (essa reedições saíram em 1996 e eu lembro que foi quando descobri essa banda maravilhosa, comprei todos álbuns em CD na época). O arquivo sumiu faz tempo do computador, mas ainda bem que imprimi e guardei. Irei publicar o artigo na próxima edição do zine, apesar de já estar bem datado, pois a banda ainda voltaria em 2000. Para ler em alta resolução, abra a imagem em outra janela com o botão direito do mouse.






























segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Comida inglesa feita por um punk inglês em São Paulo.

Se pizza é da Itália, sushi é do Japão e pho é do Vietnã, o fish & chips é o prato típico inglês. Apesar de ser encontrado em toda esquina da Inglaterra, em São Paulo quase não existe lugares que servem o peixe frito com batata e os que servem geralmente o fazem de forma péssima. Mas temos exceções e o peixe do Pie In The Sky, em Perdizes, é uma delas.


















Pode parecer simples fazer um fish & chips, mas fazer um típico inglês é bem difícil. Peixe frito qualquer um faz, eu inclusive cresci comendo o peixe frito maravilhoso da minha mãe, empanado com creme de cebola. Ela fazia toda semana. Tenho paixão por peixe frito e por isso quando experimentei o autêntico fish & chips inglês, foi amor a primeira vista.

A minha mãe usa pescada branca ou filés de saint peter, abre o pacote de creme de cebola, coa o pó, passa o peixe no pó e coloca para fritar por imersão numa frigideira com óleo quente. Já o peixe usado no fish & chips inglês é o bacalhau. A diferença começa aí. Esse é peixe usado no do Pie In The Sky. Já experimentei vários fish & chips em São Paulo e ninguém usa bacalhau.

O empanamento é um capítulo a parte. Basicamente é feito com farinha, mas geralmente é adicionado um monte de outros ingredientes que podem ser pimenta do reino, bicarbonato de sódio e até mesmo cerveja. Aliás, tem que ter cerveja, de preferência uma preta estilo "stout". O segredo de um bom fish & chips está no empanamento do peixe. É difícil fazer, quase ninguém acerta. O Pie In The Sky acerta em cheio. A batata frita é cortada a mão. Batata congelada em restaurante ninguém merece.


















Curiosamente, quando eu vou no Pie In The Sky, na maioria das vezes, acabo comendo um outro prato típico inglês, que é o "bangers & mash". É basicamente linguiça com purê de batata. Mas eles mesmos fazem a própria linguiça, que tem 3 variedades, a de carne bovina, que pode ser picante, e a de porco. É simplesmente uma das melhores linguiças que já comi. O molho usado também é típico inglês, chamado de "gravy", é feito com o suco e a gordura da carne assada.

Agora, a especialidade do Pie In The Sky, como o próprio nome já diz, são as tortas. Eu nem sou lá muito fã de tortas, mas a Roberta adora e ela sempre pede uma torta diferente, são várias opções. Dessa última vez ela pediu uma de "madras", um estilo diferente de curry, um pouco mais picante. Mas a clássica inglesa é a torta de rim com carne, no cardápio "steak & kidney", essa sendo a especialidade da casa.




















Como todo bom estabelecimento típico inglês, tem que ter chopp servido em copo de pint. Os chopps do Pie In The Sky são da Cervejaria Burgman, de Sorocaba. No local tem 4 torneiras aonde servem as variações red, IPA, lager e stout. De fez em quando colocam numa das torneiras alguma cerveja importada, usualmente da inglesa Fuller's, em especial a London Pride. As cervejas da Fuller's também são vendidas em garrafas.

















O proprietário é um punk inglês com moicano e todo tatuado que está no Brasil há uns 10 anos. Ryk Preen, uma figura. Fala alto uma mistura de inglês com português, usa palavras como "inacredi-fuckin'-tável". A voz dele ecoa pela casa inteira, misturando com a música, obviamente muito rock'n'roll, com ótimas exceções, como "Go West" do Pet Shop Boys, que dessa última vez foi cantada em plenos pulmões pelo mesmo. Apesar da aparência nervosa, Ryk é bastante simpático.

Uns meses atrás fomos num domingo para comer o clássico "sunday roast", um prato que é servido aos domingos em toda a Inglaterra. É um prato difícil de fazer e a preparação tem que começar no dia anterior. O Ryk estava especialmente orgulhoso de seu "sunday roast" e nos explicou pormenores da preparação do mesmo. Nesse último domingo, não tinha "sunday roast", que ele tirou do cardápio por falta de interessa do público. Uma pena. Ficou apenas 2 meses no cardápio.


















Na verdade estava um pouco chateado com essa história do "sunday roast", pois disse que sempre pediram para ele fazer e quando resolveu fazer, ninguém pedia. Disse que cansou de comer a carne que sobrava, uma carne especial que ele demorou meses para encontrar em São Paulo. Tive a sorte de experimentar. Foi ótimo. Espero que um dia volte pro cardápio. O Pie In The Sky fica em Perdizes, São Paulo, SP, na Rua Tucuna, 350.





sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

A volta do Even As We Speak.

Formada no meio dos anos 80 em Sydney, na Austrália, o Even As We Speak lançou diversos singles em sua terra natal quando, em 1990, assinou com a renomada gravadora inglesa Sarah Records. Foram 4 singles e um álbum pelo selo até 1993, quando a banda acabou.

Retorna agora em 2017 com um novo EP (lançado em CD e vinil 10") e um CD que reúne as Peel Sessions gravada nos anos 90. O material sai pelo selo Emotional Response, capitaneado por Stewart Anderson do Boyracer com sua esposa Jen Turrell.

























John Peel era grande fã da banda. Ao todo foram gravadas 4 Peel Sessions, totalizando 16 faixas, todas presentes no disco. Ele até convidou a banda para um churrasco em sua casa (a foto da capa do CD foi tirada nesse dia).

A música do Even As We Speak simplificadamente pode ser descrita como um guitar pop com vocais femininos. Mas a banda ia além do rótulo. Adicionava elementos de música eletrônica e funk em sua música, o que deixava tudo mais interessante.




Acima temos "Blue Eyes Deceiving Me", versão Peel Session. Essa foi o último single da banda. Abaixo o vídeo para "Drown", presente no único álbum da banda "Feral Pop Frenzy", de 1993. A qualidade de imagem (restaurada) e áudio (remasterizado) é ótima.






O CD "Yellow Food: The Peel Sessions" já está disponível na Locomotiva Discos e pode ser adquirido aqui. O novo EP. intitulado "The Black Forest". também está disponível aqui. Temos até uma cópia usada de "Feral Pop Frenzy", aqui.

Vietnamita especializado em pho brilha no Bom Retiro.

Se lamen e ramen são a mesma coisa, o mesmo não pode ser dito do pho, que apesar de ser parecido (é macarrão ensopado), tem um gosto bem diferente. É mais leve e também mais aromático. O pho é o prato típico do Vietnã (assim como pizza na Itália, sushi no Japão etc) e no Brasil somente agora temos alguns restaurantes especializados no prato, como o Pho.366, inaugurado no fim de 2016 no Bom Retiro.























Esse é um dos nossos restaurantes prediletos. Mais da Roberta do que meu, admito. Prefiro ensopados mais gordurosos e os do Pho.366 são bastante leves. Mas mesmo assim são maravilhosos. O cheiro do pho é perceptível assim que a porta do restaurante é aberta. Um cheiro delicioso, uma mistura de hortelã com coentro. O macarrão é quase transparente. Os ensopados são gigantescos, então vá com bastante fome.

O cardápio não fica só na massa, também tem rolinhos vietnamitas e arroz salteado, dentre outras coisas. O ambiente é moderno, mas não aceita nenhum cartão, tem que levar dinheiro. A poucos passos do Pho.366 ficava o Ipho, também vietnamita, mas infelizmente o restaurante fechou no fim de 2017. Acho que não aguentou a concorrência. O Pho.366 já saiu em todos os guias gastronômicos da cidade e vive cheio. Hype, porém bacana mesmo assim.

Serviço: Pho.366, Rua Silva Pinto, 366, Bom Retiro, São Paulo, SP.