quinta-feira, 11 de abril de 2024

Silverhead

 











 

Foram necessários somente dois álbuns lançados no começo dos anos 70 para colocar essa banda eternamente no mapa do rock’n’roll, mais especificamente no do glam rock. Uma carreira rápida e magnífica, que fascina aqueles que cavam mais o fundo para descobrir as pérolas. Silverhead definitivamente é uma delas. A carreira durou apenas três anos, o álbum homônimo de 1972 e “16 and Savaged”, de 1973, permanecem como pontos altos da época, apesar de pouco lembrados hoje em dia devido ao fato da concorrência ser barra pesada. New York Dolls, T-Rex, Slade ou mesmo David Bowie nessa época estavam lançando clássicos irretocáveis e que permanecem no imaginário popular até hoje, ganhando diversas reedições. Silverhead serve para presentear o fã de rock mais dedicado, que não fica satisfeito somente com os grandes nomes e começa a se interessar e pesquisar pelas bandas do segundo ou terceiro escalão. Esse tipo de fã sabe que essas bandas são tão boas quanto as estrelas, só não fizeram sucesso por causa de inúmeros fatores. A curta carreira do Silverhead certamente não ajudou na decolagem. O fato deles serem loucos e selvagens também não. A música do Silverhead é perceptivelmente mais suja e pesada que a de seus pares glam, os aproximando do AC/DC em início de carreira ou mesmo Alice Cooper em seus momentos mais descontrolados.

Os discos do Silverhead foram lançados pela Purple Records, a gravadora criada pelo Deep Purple nos anos 70. Outro indicativo de que o negócio aqui é mais pesado, porém isso não impede de encontrarmos momentos mais calmos e sofisticados nos discos, nos trazendo a mente nomes como Roxy Music e The Faces. O primeiro álbum, intitulado “Silverhead”, de 1972, tem 10 faixas que, no encarte da nova reedição, é descrito como o ponto perdido entre “Exile On Main Street” e “Appetite For Destruction” dos Guns’n’Roses. Os singles são “Ace Supreme” e “Rolling With My Baby”, que foram lançadas em compactos na época e na reedição do CD aparecem com seus respectivos b-sides como faixas bônus e reprodução das capas e selos no encarte. Também como bônus, temos três canções ao vivo. A reedição, lançada originalmente na Inglaterra pela renomada gravadora Cherry Red,  é caprichada, com textos e várias fotos, e a edição brasileira, que saiu pela Urubuz, trás ainda um pôster e a sobrecapa. 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

O segundo álbum, “16 And Savaged”, de 1973, tem 9 faixas e é tão bom quanto o primeiro, ainda mais pesado e sujo. É rock’n’roll festeiro, energético e porra-louca. É botar o disco para rodar e receber aquela boa dose de ânimo sempre bem vinda no dia a dia de qualquer um. A reedição em CD tem 10 faixas bônus, entre elas duas faixas que foram gravadas para o terceiro, e nunca lançado, álbum, e duas faixas do single 7” solo do líder Michael Des Barres, lançado pouco tempo depois. A banda acabou por causa dos excessos da época, muitas drogas, muito sexo, e também pela falta de interesse da gravadora, que sempre os mantiveram em segundo plano, priorizando obviamente o Deep Purple. Michael Des Barres ainda tocou com as bandas Detective e Power Station, mas por fim apostou na carreira de ator e se casou com a groupie mais famosa do mundo, Pamela Miller, que tem o excelente livro Confissões de uma Groupie (no original I'm with the Band, de 1987) lançado no Brasil, hoje em dia uma raridade. No livro ela já assina como Pamela Des Barres. O baxista Nigel Harrison entrou no Blondie logo após o fim do Silverhead. O guitarrista Robbie Blunt (que substitiu o guitarrista original Stevie Forest nesse segundo álbum) foi tocar com Robert Plant. Ficam eternizados esses dois excelentes álbuns, que agora ganham essas reedições definitivas em CD, felizmente lançadas no Brasil.

Gilberto Custódio Junior

sábado, 5 de setembro de 2020

Suede libera clássico show remasterizado no YouTube.

Em 1993 o Suede tinha acabado de lançar o primeiro disco, estava no auge e tocou na clásssica casa de shows londrina Brixton Academy com sua formação clássica. O show saiu no mesmo ano em VHS e em laserdisc. Posteriormente, em 2011, o show foi incluído no DVD da reedição deluxe do primeiro disco em CD duplo. Agora a banda remasterizou imagem & som e liberou no canal oficial da banda no YouTube em alta definição. Para assistir numa Smart TV com home theater!

 

 



O meu irmão Marcio Custódio me enviou no WhatsApp as seguintes mensagens e foto:

vc chegou a assistir esse show do suede na versão remasterizada?
eu assisti
tá um espetáculo
som e imagem
assisti na minha super TV
tá incrível
deveriam lançar em blu-ray isso aí
eu já pedi para o manager da banda
estou no grupo de fãs
tá todo mundo pedindo pra lançar em blu-ray e DVD
cara
arrisco a dizer que esse é um dos melhores shows já gravados
não é pela banda que falo isso
são as imagens mesmo
a edição
os efeitos
parece que o brixton é uma casa pequena de shows
mas lá cabem 5 mil pessoas
enfim, puta edição foda, imagens incríveis, várias sacadas
é simplesmente perfeito do início ao fim
eles conseguem captar um ar de mistério e ansiedade
ao mesmo tempo que é extremamente sexual
mostram pessoas se beijando na platéia
mostram algumas imagens sexuais subliminares
sem contar os vários MOSHS
na época, até os grunge amavam suede
sem contar que cada música é filmada de um jeito
cada música no show tem uma edição diferente.
a câmera está diferente, a velocidade, as cores, os efeitos, as sacadas
realmente, é uma aula de edição de vídeo
os youtubers e instagramers de hoje em dia certamente podem aprender com o vídeo desse show
veja meu VHS inglês original de época, comprei numa banda em camden



 

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Crabber, "Bluesbusters" CDr (Jigsaw, 2018).



























Sou muito fã do indiepop alemão e acompanho a cena atentamente desde os anos 90. Jens Lameyer formou no fim dos anos 80 The Legendary Bang e nos anos 90 o Kristallin. Agora ressurge com Crabber! Excelente guitar pop bem melódico na linha dos Bartlebees e Teenage Fanclub do começo.


segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Johnny Thunders, "Live In Cold Blood" DVD.

Qual o show do artista mais chapado de drogas que já vi? Obviamente um do Johnny Thunders. O DVD "Live In Cold Blood" mostra um show de 1982 do ex-New York Dolls. Tem na íntegra no YouTube. A guitarra cai toda hora, os olhos ficam revirando, a boca mole e torta, eu diria que ele está prestes a ter uma overdose em cima do palco. Impressionante. Mas o mais louco é que ele consegue fazer um show fantástico, um rock'n'roll caótico, relaxado e de acordo com as raízes do estilo. A qualidade do DVD também é bem decente, filmado com duas câmeras e áudio estéreo da mesa de som.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Café Canelinha está desde 1977 no centro de São Paulo.


























Temos alguns bons lugares para tomar um cafezinho no centro de São Paulo, um dos melhores certamente é o Café Canelinha, que em 2018 comemora 41 anos. A especialidade deles é um expresso bem cremoso com espuma de leite e canela por cima de tudo. Sou freguês há anos e da última vez que fui, resolvi tirar uma foto.

























O Café Canelinha fica bem perto da Locomotiva Discos. Se você descer na Estação República do metrô e ir em direção à loja, fica bem no meio do caminho. Recomendo então sempre dar uma paradinha para apreciar essa delícia de café cremoso! O estabelecimento é gerenciado por uma família portuguesa. Seja simpático e pague em moedas.








sexta-feira, 27 de julho de 2018

Eddie, "Carnaval No Inferno" LP (Assustado, 2008/2018)



















Acaba de ser relançado em vinil o quarto e melhor disco do Eddie, banda de Pernambuco na ativa desde 1989 e que já lançou 8 discos. "Carnaval No Inferno" saiu em 2008 e contém hits que até hoje explodem nos shows, como a "Bairro Novo/Casa Caiada", canção que na época também saiu na Inglaterra, presente na clássica compilação "Oi! A Nova Musica Brasileira!", um CD duplo lançado pelo selo inglês Mais Um Discos.

O Eddie toca uma música bastante particular, em parte por causa do vocalista Fabio Trummer, que tem uma voz grossa e um sotaque pernambucano bem forte, mas o que os torna tão únicos é o aspecto dançante que une o frevo, o samba e o maracatu com reggae e música eletrônica. No show ninguém fica parado, assim como na audição desse disco. Eddie é das melhores bandas brasileira em atividade e acabam de lançar um novo álbum, intitulado "Mundo Engano". Mas esse é um outro capítulo.