domingo, 31 de dezembro de 2017

Os melhores discos de 2017.

O ano foi ótimo em discos de bandas velhas e não tão empolgante com relação às bandas novas. Em 2017 completei 40 anos e certamente isso é refletido nas minhas preferências musicais. Sou fiel às minhas bandas prediletas de anos atrás e sempre ouço bastante o que elas têm de novo para mostrar. Poderia ainda ter incluído mais uns 20 álbuns legais, mas fiz uma força para limitar a lista em 10 discos.

























1. Slowdive, "Slowdive" (Dead Oceans, 2017)
2. LCD Soundsystem, "American Dream" (DFA, 2017)
3. Actress, "AZD" (Ninja Tune, 2017)
4. Crescent, "Resin Pockets" (Geographic, 2017)
5. Peter Perrett, "How The West Was Won" (Domino, 2017)
6. The Popguns, "Sugar Kisses" (Matinée, 2017)
7. Four Tet, "New Energy" (Text, 2017)
8. Code Orange, "Forever" (Roadrunner, 2017)
9. Thurston Moore, "Rock'n'roll Consciousness" (Caroline, 2017)
10. Saint Etienne, "Home Counties" (Heavenly, 2017)

Comentários:

1. Slowdive, "Slowdive" (Dead Oceans, 2017).

A volta em grande estilo da banda que foi uma das minhas prediletas dos anos 90. Um excelente disco, que foi apresentado de forma impecável no palco do Cine Joia em São Paulo, no que também foi o melhor show do ano.

2. LCD Soundsystem, "American Dream" (DFA, 2017).

Outra boa volta foi a do LCD Soundsystem, que lançou um longo disco que passou despercebido nas primeiras audições e cresceu bastante na medida em que fui ouvindo-o mais vezes. Foi merecidamente o melhor disco do ano de várias publicações.

3. Actress, "AZD" (Ninja Tune, 2017).

Certamente o disco de música eletrônica que mais ouvi em 2017. Pretensioso e sem ganchos visíveis, é um disco que demanda bastante audições e uma certa dedicação para apreciá-lo por completo. Vale o tempo investido.  

4. Crescent, "Resin Pockets" (Geographic, 2017).

O Cresent é uma banda que fez parte da turma do Flying Saucer Attack em Bristol, Inglaterra, nos anos 90. Foi com grande felicidade que fiquei sabendo desse novo álbum da banda e mais felicidade ainda quando ouvi e curti muito. Excelente.

5. Peter Perrett, "How The West Was Won" (Domino, 2017).

Vocalista do The Only Ones, passou 30 anos perdido por causa do vício em crack e heroína e lançou aos 65 anos de idade o primeiro álbum solo. Um rock'n'roll típico de junkies velhos e cansados, na linha de Nikki Sudden, Johnny Thunders e Lou Reed.

6. The Popguns, "Sugar Kisses" (Matinée, 2017).

O segundo disco da volta dessa banda inglesa que é uma das minhas prediletas de todos os tempos. Vocais femininos marcantes e bastante melódico, esse é o melhor disco indiepop de 2017. Lançado somente em CD, merecia muito um vinil.

7. Four Tet, "New Energy" (Text, 2017).

Sou grande fã de toda a carreira do Four Tet, gosto praticamente de tudo lançado, mas esse novo álbum superou em muito as expectativas. É um dos melhores da longa carreira do músico, que tem show marcado no Brasil em 2018.

8. Code Orange, "Forever" (Roadrunner, 2017).

Essa banda fica no meio termo entre o metal e hardcore, porém com um som moderno que também poderia receber o adjetivo “neo” qualquer coisa. A força e o apelo agressivo das canções estão na medida certa para causar grande empolgação no ouvinte.

9. Thurston Moore, "Rock'n'roll Consciousness" (Caroline, 2017).

O Sonic Youth durante anos foi a minha banda predileta e é com bastante interesse que acompanho a carreira solo de todos os músicos da banda. Em 2017 foi Thurston Moore quem lançou o melhor álbum da turma, inclusive um disco bastante parecido com Sonic Youth.

10. Saint Etienne, "Home Counties" (Heavenly, 2017).

Apesar de eles terem abandonado a veia dançante do começo de carreira, o Saint Etienne ainda abraça o pop sofisticado como ninguém. Melancólico, porém ensolarado, é o disco perfeito para fins de tarde preguiçosos e relaxantes.


sábado, 30 de dezembro de 2017

Mixtape 2017: 1:11:11 com algumas das boas do ano.






Canções lançadas ou relançadas em 2017 que me agradaram.

1. Objekt, "Theme From Q"
2. Pecker, "Mystical Cosmic Vibrations"
3. Shanti Celeste, "Make Time"
4. Keni Burke, "Risin' To The Top (Jim Sharp Edit Remaster)
5. Basic Rhythm, "Cool Breeze (Summer In Woodford Green)"
6. Four Tet, "Planet"
7. Dauwd, "Leitmotiv"
8. Legowelt, "Computerized Paradise"
9. Sleaford Mods, "Cuddly"
10. Objekt, "Needle & Thread"
11. Pessimist, "Spirals"
12. Belief Defect, "No Future"

Ouça a mixtape num som decente, de preferência com subwoofer, ou pelo menos com fones de ouvido que projete bem os sons graves, pois é no grave que reside a beleza da maioria dessas faixas. Começa com Objekt, que lançou um 12" fantástico que remete aos anos 90, porém com roupagem sinistra bastante atual. Nessa mixtape temos as duas faixas desse single, a "Theme From Q", que abre o mix e "Needle & Thread", quase no final. Em seguida temos Pecker, dub japonês lançado originalmente em 1980 e relançado agora em 2017 pela Rush Hour. Segue com Shanti Celeste, que lançou o segundo melhor 12" segundo o site FACT e desse single temos o lado A "Make Time". Quebrando a eletrônica, temos o soul de Keni Burke, num edit de Jim Master lançado em 7" pela gravadora alemã Dusty Donuts. Batidas quebradas surgem com Basic Rhythm e ficam mais melódicas com Four Tet. Dauwd, que no passado lançou singles pela Ghostly International e Kompakt, lança agora um álbum cheio excelente e dele tiramos o IDM “Leitmotiv”. O prolífico Legowelt lançou mais um álbum duplo esse ano e não poderíamos deixar de prestigiá-lo. A mix coloca agora um hip hop feio, sujo e torto dos ingleses Sleaford Mods. Continua com o já citado Objekt e finaliza com Pessimist, um drum’n’bass de pegada industrial que serve como tapete de entrada para a pessimista “No Future” de Belief Defect, lançado pela renomada Raster-Norton (agora só Raster). Tempo da mixtape: 1:11:11.



sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Os melhores discos de 2017 na opinião de Marcio Custódio.




















O Marcio é meu irmão e sócio da Locomotiva Discos. Ouve bastante música e em 2017 os álbuns prediletos dele foram:

1. Beach Fossils - "Somersault"
2. Haim - "Something to Tell You"
3. The War On Drugs - "A Deeper Understanding"
4. The National - "Sleep Well Beast"
5. The Popguns - "Sugar Kisses"
6. Mac Demarco - "This Old Dog"
7. Slowdive - "Slowdive"
8. The Clientele - "Music for the Age of Miracles"
9. Ariel Pink - "Dedicated to Bobby Jameson"
10. Noel Gallagher's High Flying Birds - "Who Built the Moon?"




domingo, 24 de dezembro de 2017

Os melhores discos de 2017 por Julio César Magalhães.


Ao longo de algumas semanas, o Julio César Magalhães vem publicando no Facebook os melhores discos de 2017. Mas quem é Julio? Um dos maiores conhecedores de boa música que frequenta a Locomotiva Discos. Vocalista da banda Orange Disaster, ele também trabalha na Casa Elefante, um café alternativo na Santa Cecília em São Paulo, SP. Segue abaixo os 30 melhores discos de 2017 em ordem decrescente, logo depois da foto do próprio Julio. Segue também link da playlist que ele fez no Spotify.

























30. Annie Hardy - Rules
Tem um monte de gente na internet que outras pessoas vivem dizendo que é o máximo, então essa é a minha vez: essa moça perdeu o filho pequeno e o marido, tudo em menos de 3 meses. E fez esse disco tomado e furioso baseado na experiência. Qual é mesmo seu feito fodão do ano de que vc estava falando?

29. Thurston Moore - Rock'n'Roll Conciousness
Depois da sua queda do olimpo de modelos de cabelo e vida do mundo indie, uma coisa não mudou: Mr. Moore continua tocando PRA CARAMBA. 2017 o encontra alcançando níveis Neil Young 70s de habilidade de fazer guitarras falarem, e a pessoal que o acompanha não está um centímetro atrás do homem. As músicas são longas, furiosas e cheias do senso de transcendência a que o título do disco se refere.

28. Weirds - Swarm Culture
A estranha mistura de Stone Roses e Killing Joke desse trio é basicamente tudo que o Kasabian sempre tentou fazer sem sucesso, mas com nada da frescura hypster e cortes de cabelo zoados bem mais legais. Lembram que no fim noise rock é só outra forma de pós-punk e que ainda é possível ser ultra agressivo sem vulgaridade.

27. Nadine Shah - Holiday Destination
Resumindo: Nadine Shah é a mulher que grava os discos que a PJ Harvey faria se ainda se importasse. Sim, ela é boa assim. Na verdade, é melhor.

26. Zola Jesus - Okovi
Após breve flerte com o mundo dos clones da Bjork, Mrs. Danilova voltou ao que faz melhor: uma mistura peculiar de eletrônico e do lado dançante do gótico. Ajuda ela também ter voltado à Sacred Bones, a gravadora com o logo mais legal da nossa era.

25. Uniform - Wake In Fright
Música de protesto com abrasividade no 12, letras retas e aquela batida gentil como um tijolo esfacelando na porta de vidro de uma agência de banco. Pode até ser simplista, mas convence.

24 - Contributors - Contributors
Colaboração entre o inglês cult Dan Melchior e a banda No Wave texana Spray Paint. Se o Crazy Horse resolvesse regravar Autobahn, acabaria com algo bem parecido com isso. O fato de que esse disco entrou aqui 20 min depois que terminei de ouvir pela primeira vez diz o quanto a ideia é bem executada. Ou encaixa nos meus gostos.

23 - Marvin Pontiac - Asylum Years
E o melhor bluesman clássico que vc nunca ouviu - na verdade um projeto zoeira na época mas hj dolorosamente a sério do ex-lider dos lounge lizards, john lurie - voltou pra mostrar pro pessoal da light in the attic quem manda no mundo dos discos perdidos mega ecléticos. Tem blues, tem soul, tem throat singing tibetano, tem algo de Kendrick bem subjacente e tem muita tristeza, beleza e orgulho.

22 - Damnation A. D. - Pornography
Sim, é uma regravação completa do disco mais sombrio da trilogia das cores do Robert Smith. Os mestres do metalcore neurose já tinham gravado algumas músicas do disco esporadicamente, e esse ano se juntaram pra acabar o trabalho. Curiosamente, apesar da gritaria, distorção e raiva, existe um certo senso de transcendência no fundo dessa versão. Como se o que confessadamente foi gravado como uma fantasia de depressão pelos seus criadores tenha se transformado pela mão da banda de Washington em uma purgação de seus próprios problemas pessoais. Se no original a coisa terminava com o ouvinte se sentindo à beira de um abismo sem fim, aqui existe claramente o sentido de que mesmo cruzando um oceano de problemas e dor, existe esperança à frente.

21 - Unsane - Sterilize
Esse é um disco do Unsane. Como os tubarões, o trio de ny nunca demonstrou necessidade de algo no estilo de evolução pra reinar, se limitando a voltar a cada par de anos explodindo as barreiras entre hardcore, metal e noise rock e fazendo toda a concorrência, por mais jovem que seja, parecer cansada e ultrapassada em comparação.

20 - bad breeding - divide
Se a volta dessa alegre turba de arruaceiros ingleses perde um pouco da agressão crua da estreia, se ganha muito em termos de textura e ainda mais microfonia. Um passo pra o lado pra dar um pra frente, se preferirem.

19 - Boss hog - Brood x
E o retorno da banda de noise funk mais elegante de nova iorque continuou. Influenciado pelo inicio do reich de Trump, as coisas estão ainda mais ferozes, sinistras e dançantes no mundo de Jon Spencer e Christina Martinez. Esperamos que não levem mais 10 anos pra o próximo.

18 - Grave Pleasures - Motherblood
Os mestres do euro hard goth voltaram pra mostrar c quanta farofa e pompa se faz o death rock de verdade. Diversão garantida, com destaque para o cosplay campeão de Killing Joke em 'Atomic Christ'.

17 - Wire - Silver / Lead
A produção é constante no campo daquela que o Rogerio Real considera a melhor banda de todos os tempos. Outro disco legal de mestres do 'art rock meio punk com toques de britpop e eletrônica' que estimula a mente, relaxa o corpo e tem momentos q vão impressionar quem se arriscar a jogar alguma coisa deles na pista.

16 - Part Chimp - IV
É, o rock parece mesmo estar em crise - qdo não esteve? - , mas esse povo esta fazendo o máximo de dentro de sua bolha pessoal pra manter o moral elevado. Pesado, entupido de riffs burros de primeira e energia, esse é um disco que vai lhe tirar d inferno de 'mas, porém' que 2017 foi e lhe levar pra um lugar melhor.

15 - Makthaverskan - III
Tem pós-punk, tem shoegaze, tem power pop. Só não tem tédio. No meio termo entre o Cocteau Twins e os Primitives está o lugar onde o Makthaverskan quer estar. E eles dão conta dessa bagunça toda, e sem ficar c cara de frankstein...

14 - Oxbow - Thin Black Duke
Após um longo inverno, Eugene & cia voltaram diferentes. Ainda tem bastante barulho e estranheza, mas também um senso de leveza e entretenimento ausente do trabalho anterior. Uma determinada melancolia, chegaria a dizer. Curiosamente, remete mais aos discos do Pere Ubu dos anos 90 que ao do Bowie referendado no título. Sensual sem ser vulgar, e isso vindo de gente que anteriormente tinha transformado o 'ser vulgar' em sua própria forma de arte. E tem algo como sinos, em algum lugar.

13 - Last Night - Friendly Fires
Ótima banda francesa, juntando o melhor dos anos 00 e do pós-punk original, lindo pra fazer uma pista bombar, grande trabalho de guitarra. Se não fosse esse nome genérico e horrendo, poderiam ir longe. Aliás, devem ir longe assim mesmo...

12 - Dead Cross - Dead Cross
Dave Lombardo já tinha participado de uma formação do Fantomas mas esse projeto novo eleva o poder de destruição que a união de seu estilo brutal de tocar bateria e do espetáculo de esquizofrenia musical que são os vocais de Mike Patton podem alcançar juntos. A presença de membros do The Locust e Retox ajudando a ampliar o caos também ajuda...

11 - Metz - Strange Peace
Cada vez mais alienados do rockão, esse trio pode estar avançando profundamente no barulho e experimentação, mas a intensidade com que atacam seus instrumentos permanece a mesma. Abstração é uma energia?

10 - Träd, Gräs Och Stenar - Tack För Kaffet [So Long]
Após mais de 30 anos parados, esses pioneiros do drone pre-shoegaze voltam uma última vez - o 'adeus do título é aos dois membros da banda que morreram antes da volta se concretizar, então de certa forma ele támbem é uma elegia a eles - preparados pra mostrar com quanta repetição se faz uma leva de shoegazers cinquentões levitarem pelo espaço.

09 - Black Angels - Death Song
A cada dois ou três anos esses texanos voltam, sempre encontrando novas maneiras de misturam a psicodelia e o rock de garagem de forma inusitada. Em um disco iminentemente político, eles usam sua parede de guitarras pra atacar o falso patriotismo ('i'd kill for her'), a cobiça ('currency') e a apatia ('half believing') que tomaram conta do mundo nos últimos dois anos.

08 - Bjorn Torske and Prins Thomas - Square One
Diz a lenda e o release da gravadora que esses dois caras ganham uma graninha legal como djs de house. Aqui, eles ficam entre o pós punk instrumental de discos cult como 'my life in the bush of ghosts' e 'nommos' e a faceta mais avoada do dub do começo da on-u-sound. Excelente acompanhamento para viagens, físicas ou mentais...

07 - Dream Syndicate - How Do I Find Myself Here?
Quase 30 anos foram o tempo que levou pra Steve Wynn resolver voltar à alcunha que o tornou famoso. Os elementos básicos continuam lá: as guitarras distorcidas e viajantes, as canções de primeira, o humor sardônico. Mas o novo disco demonstra uma alegria de viver e uma satisfação consigo mesmo que eram ausentes na versão mais nova do vocalista. Algumas vezes a maturidade vem pra melhor.

06 - Chelsea Wolfe - Hiss + Spun
Acentuando a guinada pra um som mais pesado indicada no álbum anterior, Mrs. Wolfe pega pesado nas guitarras, com colaboração de membros do Queens of The Stone Age e Isis. Talvez o disco gótico mais metal do ano, ou o de metal mais gótico. Indiferente da sua escolha de ordem, é mais um passo em uma carreira vencedora.

05 - Black Asteroid - Thrust
Cobrindo o espaço entre o melhor da EBM e do techno, Bryan Black ajuda a reviver a música de pista pra dançar de cara fechada e óculos escuros em algum porão anônimo, com vocais de luminares (sic) da nova música gótica como Zola Jesus e Cold Cave. Diversão garantida, com estilo e personalidade.

04 - Sonic Death - Space Goth
Muitos são os chamados pra o topo das escala das novas bandas de garage psicodélico, mas esse agora trio russo é que foi O escolhido. Energia, riffs, efeitos, atitude: eles tem tudo. Não é só na corrida por influência política que os americanos tem de começar a ficar espertos...

03 - Nicole Sabouné - Miman
Após despontar no ídolos sueco e gravar um álbum bem interessante de pop esquisito (meio Kate Perry, meio Joy Division, se puderem imaginar essa mistura), essa jovem cantora resolveu partir pra um passo mais ambicioso: se tornar a próxima Nico. Não a do 'Chelsea Girls' - já tem tantas - mas a dos discos do fim de carreira, como 'Camera Obscura' e 'Drama Of Exile', portadora de uma música tão claustrofóbica qto dançante. Os detalhes de Stoner e eletrônico adicionados pra dar uma cara moderna ao produto funcionam à perfeição e o disco foi comprado pela Century Media pra distribuição internacional. Um excelente disco, e talvez o começo de uma grande carreira.

02 - Hey Colossus - The Guillotine
Em meio a tantos grupos de stoner celebrando o fim do mundo através da vinda de bruxas e feras sobrenaturais, esses ingleses preferem monstros mais próximos do dia a dia: racismo, alienação e ódio. E, a bem da verdade, sobrou bem pouco de metal aqui: o peso e agressividade da música e letras tem mais a ver com o Nick Cave & The Bad Seeds do que com o Black Sabbath. A Inglaterra pós-Brexit transformada em música.

01 - Shilpa Ray - Door Girl
O que é rock em 2017? Poderia cita o Iggy Pop e dizer que, do alto dos meus 42 anos, não sou a pessoa mais indicada pra dizer a alguém o que é a mais nova sensação. Mas se vcs quiserem mesmo saber, tem essa moça que escreve com fluência sobre o inferno de não ter chegado lá - e nem mesmo ter certeza de onde 'lá' é - e consegue cantar como um anjo, enquanto sua banda recupera o melhor do que o rock de NY criou desde Ronnie Spector a Johnny Thunders. Mas só se vocês quiserem mesmo saber. E não querem.


sábado, 23 de dezembro de 2017

Discobertas anuncia mais 10 relançamentos da Som Livre em CD.

Desde outubro a Discobertas, selo carioca especializado em relançamentos, vem colocando em CD no mercado 10 discos por mês do antigo catálogo da Som Livre, todos inéditos no formato CD. Os de dezembro acabam de ser anunciados.

O destaque é "Festa Funk" de Almir Ricardi, que em vinil é muito procurado pelos fãs de boogie oitentista brasileiro. Resta torcer que esse disco também seja relançado em vinil e não somente em CD. O vinil original custa uns R$ 300 hoje em dia.


























Cantor e compositor que já transitava na cena mais bacana do soul nacional, desde o pós-Jovem Guarda no final dos anos 60, Almir Ricardi chegou a este cultuado álbum de boogie pela RGE em 1984, com o auxílio luxuoso da dupla de arranjadores Lincoln Olivetti e Robson Jorge, e com a participação especial do tremendão Erasmo Carlos numa das faixas.

























Primeiro LP do cantor e compositor potiguar, gravado para a RGE em São Paulo em 1978, com a participação da banda jovenguardista paulistana Os Carbonos. No repertório, três de seus principais sucessos: "Feiticeira", "Arma de Vingança" e "Vá Pra Cadeia". Um clássico há muito pedido!

























Uma coletânea com cara de disco de carreira. Este álbum da cantora Cláudia, lançado na esteira de seu sucesso nas rádios no início dos anos 70, traz diversas faixas extraídas de compactos e do álbum que fez para a RGE no final dos anos 60. Contém também faixas do disco que fez exclusivamente para o mercado japonês na época.


























Quarto álbum solo da cantora, gravado para a RGE em São Paulo em 1969, com produção de João Araujo e arranjos do maestro Erlon Chaves. Um disco suntuoso, com repertório muito bem escolhido e que faz do disco uma obra de arte e, também, um item de colecionador.


























Terceiro álbum da cantora e compositora Elizabeth Sanchez, que estourara com um tema romântico no fim da Jovem Guarda. Aqui, acompanhada pelos maestros Hector Lagna Fietta, José Briamonte e Chiquinho de Moraes, ela apresenta um trabalho totalmente autoral e que nos últimos anos tornou-se peça cult na mão de DJs internacionais, que descobriram valor de faixas como "Vou Falar-Lhe Francamente".



























Clássico da cantora e compositora Neusinha Brizola no alvorecer do Rock Brasil em 1983, "Mintchura estourou em compacto e abriu caminho para este LP - cheio de parcerias com o também icônico Joe Euthanazia, e co-produzido por ninguém menos que Paulo Coelho.

























Álbum essencial para a cena de cantores brasileiros que gravavam em inglês nos anos 70, este primeiro trabalho do cantor, compositor e arranjador Otávio Augusto Cardoso é uma raridade que há muito merecia reedição. Além de trazer a versão original de "Don't Make Me Cry", primeiro hit de Fábio Jr, ainda sob o pseudônimo de Mark Davis, o disco tem uma agradável sonoridade que em alguns momentos remetem ao Brit Pop que fez a cabeça de muitos nos anos 90, justamente por sua pegada vintage.


























Primeiro e único álbum do cantor e bailarino Ronaldo Resedá, discípulo de Lennie Dale, e que tornara-se inicialmente conhecido na noite carioca através de musicais e trilhas de novela. Produzido por Max Pierre e Guto Graça Mello, e com arranjos de Lincoln Olivetti, entrou em estúdio para gravar canções dadas por nomes como Guilherme Arantes, Rita Lee, Jorge Ben e Guilherme Lamounier, dentre outros. Memorável!

























Segundo álbum de carreira de Gilliard, e primeiro a estourar, este disco de 1979, produzido para a RGE em São Paulo em 1979, é o que traz o grande clássico "Aquela Nuvem". E abriu caminho para uma fase de grande sucesso pela gravadora nos anos 80.


























Quinto álbum na carreira deste cantor, compositor e produtor paulistano, "Contra Corrente" foi produzido por Guto Graça Mello para a Som Livre em 1978, contendo parcerias com J. Petrolino - em especial "As Duas Margens do Rio", esta em parceria de Vergueiro e Petrolino com Toquinho.

PS.: Textos pincelados do release da gravadora. Os CDs chegam na Locomotiva Discos na primeira semana de janeiro.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Racionais relançam vinil que esgota em poucas horas.

Ontem foi relançado em vinil "Sobrevivendo no Inferno", terceiro e mais clássico álbum dos Racionais MCs. O vinil é uma edição comemorativa de 20 anos do disco, foi prensado na Europa apenas 250 cópias numeradas, capa dupla, encarte de 12 páginas com fotos da época e vinil duplo com 2 músicas a mais que a prensagem original.



















O disco começou a ser vendido ontem de manhã por R$ 280 no site Boogie Store e na loja Fatiado Discos. Esgotou em poucas horas. Já a tarde era possível encontrar o vinil a venda em lojas da Galeria Nova Barão por R$ 550. Hoje já não tem mais a venda em nenhum lugar. A prensagem original desse disco vale hoje cerca de R$ 800, caso esteja em ótimo estado, o que é bem raro, já que a maioria das pessoas que compraram o disco na época ouviram o mesmo "até furar".



quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Gravadora paulista relança todos álbuns do Blind Guardian.

A gravadora Shinigami Records, de São Paulo, especializada em metal, acaba de relançar todos álbuns do Blind Guardian em CD remasterizados.






































Blind Guardian é uma banda de power metal formada em meados da década de 1980 em Krefeld, na Alemanha. A banda já lançou 10 álbuns de estúdio e 2 ao vivo. Todos os CDs já estão disponíveis na Locomotiva Discos.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Universal lança no Brasil CDs da Blue Note em RVG Editions.

Rudy Van Gelder foi um engenheiro de som especializado em jazz, geralmente gravando artistas para o selo Blue Note. Desde o começo dos anos 50, gravou centenas de discos. A partir de 1999, começou a remasterizar vários desses discos para o formato CD usando a tecnologia digital "24-bit". Essas remasterizações ficaram conhecidas como RVG Editions. Até sua morte em 2016, ele remasterizou 297 álbuns da Blue Note para CD.























A Universal acaba de lançar no Brasil 12 álbuns em CD dessa celebrada série. O melhor de tudo: a preços promocionais. Na Locomotiva Discos, custam apenas R$ 15. Para identificá-los, é fácil: todos vem com a inscrição "The Rudy Van Gelder Edition" visível na capa do CD. Todos tem faixas extras e um encarte com textos e fotos. O som obviamente é espetacular. Cristalino e potente. Para facilitar, segue abaixo a relação do que foi lançado.

- Miles Davis, "Birth Of The Cool"
- Sonny Clark, "Leapin' And Lopin'"
- Wayne Shorter, "Speak No Evil"
- Wayne Shorter, "The Soothsayer"
- Art Blakey, "At The Café Bohemia, Volume Two"
- Thelonious Monk,"Genius Of Modern Music, Volume One"
- Thelonious Monk, "Genius Of Modern Music, Volume Two"
- Bud Powell, "The Amazing Bud Powell, Volume Two"
- Donald Byrd, "Slow Drag"
- Horace Silver, "Horace-Scope"
- Paul Chambers, "Bass On Top"
- Stanley Turrentine, "A Chip Off The Old Block"

Nem precisa dizer que são todos álbuns clássicos do jazz. Nessa pequena seleção da Universal temos várias vertentes do jazz lançadas em várias épocas, seja no fim dos anos 50 ou no fim dos anos 60. Dois de meus prediletos são bastante diferentes entre si, como Miles Davis, "Birth Of The Cool" (1956) e Donald Byrd, "Slow Drag" (1968). Vale adquirir tudo e mergulhar nesse mundo.






Acima uma foto de alguns dos CDs da Blue Note "RVG Editions" lançados pela Universal no Brasil em 2017. Fora essa série, a Universal também lançou mais um monte de outros CDs de jazz com valor promocional. Todos disponíveis na Locomotiva Discos, clique aqui para ver a seleção.


sábado, 2 de dezembro de 2017

Terceiro escalão britpop de volta com novos discos.

Em 2017 tivemos novos discos de excelentes bandas que fizeram parte do terceiro escalão do britpop nos anos 90. Quem retornou depois de anos de silêncio foram Shed Seven, Echobelly e Cast.

























O Cast lança o sexto álbum "Kicking Up The Dust". É excelente e mostra toda genialidade de John Power, que já nos brindou no fim dos anos 80 com o clássico The La's e continua brilhante com o Cast.




Echobelly nos brinda com "Anarchy And Alchemy", o quinto álbum, quebrando um hiato de 16 anos. A vocalista Sonya continua com uma belíssima voz, cheia de personalidade, como nos anos 90.




























A faixa que abre o disco também é o primeiro single, intitulado "Hey Hey Hey".




O Shed Seven também retorna depois de 16 anos sem lançar um álbum de inéditas. O novo álbum se chama "Instante Pleasures". A banda também acaba de lançar em CD/DVD um álbum ao vivo: "See Youse At The Barras - Greatest Hits Live In Concert".


























Das três bandas, o Shed Seven foi a que mais envelheceu, principalmente o vocalista Rick Witter, que além de estar bem mais velho, também está bem mais feio.





Todas essas bandas continuam excursionando, especialmente pela Inglaterra, aonde saudosistas britpoppers lotam os shows. Ficamos na esperança do segundo escalão, formado por Gene, Sleeper e The Bluetones, lançarem novos discos. Rumores indicam que isso deve acontecer em breve.




sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Obscuridade boogie brasileira relançada na Escócia.

Já faz uns anos que a cena oitentista de funk e soul brasileiro ganha destaque entre os amantes do groove mundial. Compilações e reedições celebram a chamada "cena boogie nacional".

Acaba de ser lançado mais uma reedição dessa cena, o obscuro "Copacabana Sadia" do Junior Mendes, produção de Lincoln Olivetti. Junior Mendes só lançou esse disco em 1982, mas composições dele foram gravadas por Banda Black Rio, Tim Maia, Sandra de Sá, entre outros. Quem lança é o selo escocês Athens Of The North.

























A capa ganhou nova versão. Originalmente saiu como a capa da imagem abaixo. Uma edição original do vinil em estado impecável hoje vale uns R$ 1.000. Até uns 5 anos atrás era possível encontrar esse disco por uns R$ 100, mas por causa da moda, todos discos dessa cena boogie brasileira valorizaram bastante.


























Ouça a faixa título. Caso tenha interesse no disco, favor entrar em contato comigo via Locomotiva Discos. Podemos encomendar.


The Monochrome Set anuncia box set e novo álbum.

Excelente banda inglesa pós-punk, o Monochrome Set anuncia box set com 6 LPs ou 6 CDs, que reúne os 4 primeiros álbuns e todos singles da época (1979-1985). Também anuncia novo álbum, intitulado "Maisieworld". Ambos serão lançados no dia 9 de fevereiro de 2018.

























A box contará com os seguintes discos:

CD1/LP1 Strange Boutique
CD2/LP2 Love Zombies
CD3/LP3 Eligible Bachelors
CD4/LP4 The Lost Weekend
CD5/LP5 Singles I
CD6/LP6 Singles II





quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Sampler CD da Hellion Records disponível.

Em comemoração aos novos lançamentos da Hellion Records, citados em artigo publicado nesse blog antes de ontem, tenho 5 cópias em CD do sampler da gravadora. Quem tiver interesse, é só enviar o endereço para a Locomotiva Discos e eu envio o CD via Correio. Somente os 5 primeiros ganharão o CD.



quarta-feira, 29 de novembro de 2017

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Hellion Records anuncia os próximos lançamentos.

A gravadora paulista independente Hellion, na ativa há quase 30 anos, já lançou muito disco legal no Brasil. A especialidade deles é o licenciamento de clássicos e novidades do exterior para lançamento no país, sempre dentro do universo rock'n'roll.

Recentemente firmaram parceria com a renomada gravadora inglesa Cherry Red para lançar no país dois álbuns do Elf (banda de Ronnie James Dio, foi lançado discos de 74 e 75) e o mais recente do Lucifer's Friend (classic rock, o primeiro álbum desde 1980).

Nas próximas semanas serão lançados diversos CDs do Trouble e também uma reedição especial do primeiro Motörhead, além de um ao vivo de 1979. O mais bacana é que a estreia do Motörhead também será lançada em vinil. Também teremos clássicos do Dead Kennedys e The Exploited.

Fora isso, também teremos o novo álbum do Body Count, Europe, Morbid Angel, Sons of Apollo, Annihilator, entre outros. A gravadora está com força total, lançando excelentes discos toda semana. A seguir temos imagens dos discos citados e outros lançamentos da Hellion Records.








































A Hellion Records é uma gravadora independente fundada em 1990  a partir de sua primeira loja física, inaugurada no mesmo ano na Galeria do Rock. Inicialmente especializada em heavy metal nas suas mais variadas vertentes, a semente da Hellion Records foi plantada ainda no início da década de 80 com o fanzine Heavy Metal Maniac – uma das primeiras publicações brasileiras do gênero – e vários shows e eventos de rock/metal produzidos na época.

Com espírito vanguardista, a Hellion também passou a ser conhecida pelo garimpo de novas bandas que começavam a despontar no cenário mundial, inicialmente importando os álbuns destas bandas e depois comprando os direitos autorais para lançamento em território nacional. O disco “Images And Words”, do Dream Theater, teve sua primeira prensagem nacional encomendada pela Hellion Records, que desde então já apostava no potencial da banda norte-americana.

Outro diferencial da Hellion Records sempre foi a especialização em determinados segmentos musicais. As primeiras edições nacionais de vários clássicos do black metal de bandas como Bathory, Burzum, Samael, Mayhem, Rotting Christ, Impaled Nazarene, Blasphemy, entre outras, foram lançadas pela Hellion. Recentemente a gravadora ficou conhecida por revelar o Ghost, licenciando o então desconhecido álbum de estreia deles diretamente da gravadora inglesa Rise Above.

A Hellion também é conhecida por abraçar como ninguém o gothic metal. Até hoje contemplando o maior catálogo dentro do segmento no país, foi revelado ao Brasil nomes seminais da cena como Theatre Of Tragedy, Lacrimosa, Within Temptation, Tristania, After Forever, Epica, entre muitas outras. Não obstante, a Hellion também se tornou o maior celeiro de progressive metal do país quando decidiu apostar em grupos como Symphony X, Pain of Salvation, Evergrey, Superior, Threshold.

Enfim, a gravadora tem história e muita experiência dentro do universo rock'n'roll, principalmente atendendo àqueles que curtem comprar e colecionar discos do gênero. Na Locomotiva Discos é possível encontrar a venda todos os lançamentos da gravadora, além de diversos discos do imenso catálogo, inclusive alguns usados fora de catálogo. Ficamos na esperança de explorarem ainda mais as bandas oitentistas do catálogo da Cherry Red, essas as grandes pérolas pela qual a gravadora é reconhecida internacionalmente.