A música eletrônica no Brasil carece de produtores e
gravadoras dedicadas ao estilo. Temos um monte de DJs, porém os discos que
esses DJs tocam são quase todos importados. Se é que tocam discos, pois hoje em
dia a maioria toca mesmo é arquivo mp3. Nunca tivemos uma cultura de música
eletrônica nacional. Nunca tivemos uma gravadora que lançasse em vinil (ou
mesmo em CD/K7) singles de artistas nacionais. O que temos é quase nada.
É fácil entender a razão. Primeiro que para produzir música
eletrônica no Brasil, até bem pouco tempo atrás, era necessário equipamentos caríssimos.
Esses equipamentos tinham preços proibitivos, devido aos altos custos de
importação. Logo, ninguém importava. Você vai numa loja de equipamento musical
e só encontra guitarra, baixo, bateria, mas um sintetizador ou teclado
modernoso, quase ninguém vende.
Hoje em dia, com o avanço dos softwares musicais, é fácil
conseguir emular esses equipamentos num computador. Logo, fica mais fácil para
os brasileiros começarem a produzir música eletrônica. Há dois anos surgiu o
selo Beatwise em São Paulo. É um selo especializado em música eletrônica que
lança discos virtuais. Em comemoração aos dois anos, o selo lança agora em
vinil uma compilação com os artistas que já lançaram discos virtuais pelo selo.
O vinil contém oito
faixas inéditas de Abud, Bento, CESRV, Cybass, MJP, Sants, Sono TWS e Soul One.
São artistas que frequentemente tocam em festas do coletivo Metanol em São
Paulo. O que predomina no disco todo é uma música eletrônica influenciada pelo
dubstep e batidas do hip hop. Apesar de ser uma compilação, o disco todo flui
muito bem do começo ao fim sem grandes destaques, mas também sem grandes
tropeços.
Você pode adquirir a compilação da Beatwise na Locomotiva
Discos, clicando aqui.