Max Richter acaba de lançar um álbum cujo propósito é ouvir
dormindo, temos então o Merzbow, o mais perfeito contraponto dessa ideia. Enquanto
um é o maior nome da música ambiente, o outro é o grande nome da música
barulhenta avassaladora. Áspera, dura, alta, demanda a mais completa atenção,
caso contrário se torna extremamente perturbadora. Essa é a música de Merzbow,
um japonês que já lançou mais de 50 discos desde o começo dos anos 80. Só a
gravadora mineira Essence Music já lançou três desses álbuns.
Todos sabem que japonês quando dá para ser doido, sai
debaixo. Em todas as áreas, os experimentos radicais japoneses sempre
impressionam. No caso da “noise music”, ninguém supera Merzbow. “Konchuuki”,
seu mais recente álbum, não foge a regra. É composto de 4 faixas, totalizando
em 63 minutos de puro barulho, sem trégua. Enfrentar o disco exige dedicação e
disciplina. Ao nos concentrarmos na música, percebemos melodias em loop que de
destacam no meio de sons totalmente descontrolados. Esses loops em repetição prolongada
nos levam ao mesmo relaxamento que a música de Max Richter nos faz. Isso é
muito interessante.
Esse álbum foi lançado exclusivamente no Brasil e é limitado em 400 cópias. A edição segue o alto padrão da Essence Music, gravadora independente de Juiz de Fora, MG. A capa foi elaborada pelo ilustrador servo Vladimir Stankovic. É feita como se fosse um mini-LP com capa dupla. Quando abrimos a capa, um “pop-up” de borboleta se abre. O papel usado é grosso, deixando tudo bastante firme. Uma pequena obra de arte. Vale dizer que os discos da Essence Music são todos lançados em edições ultra-limitadas no formato box-set, com vários detalhes não presentes na edição normal. Vale procurar.
Você pode adquirir o CD “Konchuuki” do Merzbow na Locomotiva
Discos, clicando aqui.
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